É possível estimular a imaginação das crianças e fazê-las terem interesse pelas comidas saudáveis explorando cores, formas e modos de preparo
Muitas mães e pais enfrentam dificuldades no dia a dia para agradar o paladar difícil dos filhos durante as refeições e fazê-los terem interesse pelos alimentos – em especial, os naturais e saudáveis. Em época de festas, a situação não é diferente e pode até ser mais exaustiva pelas crianças não aceitarem os pratos disponíveis na ceia e exigirem outras comidas. Para evitar esses problemas e envolver as crianças na confraternização, algumas táticas podem ser usadas.
Cores
Um dos motivos pelos quais os industrializados, como biscoitos e salgadinhos, atraem tanto os mais jovens é que as embalagens, e até os próprios alimentos, mexem com a imaginação, através das cores chamativas. Essa mesma estratégia pode ser usada na cozinha de casa, com comidas caseiras e naturais. Além de fazerem o prato se tornar mais apetitoso, as cores também contribuem para a diversificação de nutrientes na refeição – só tem vantagens!
Vegetais, frutas e verduras que carregam grande quantidade de corante natural, como beterraba, amora, espinafre e cenoura, podem ser adicionados no preparo de comidas que sejam mais visualmente “sem graça”, como arroz, purê de batatas, leite e sucos.
Formatos
Aproveite a temática natalina e traga ela também para os pratos. É possível moldar o arroz em diferentes formatos, criar rostos na comida com grãos e uvas passas e até mesmo desenhar o papai noel com os componentes do prato. Para facilitar, vale explorar as comidas que já têm formas interessantes, como a carambola, que lembra uma estrela e é bem característica nas festas de fim de ano, ou buscar por legumes e frutas que sejam fáceis de cortar com formas para alimento, como pepino, berinjela e melancia. Se não for possível criar em toda a ceia, incorpore esse toque de imaginação apenas nos pratos destinados às crianças.
Envolva-os no preparo
Quem não deseja um pouco de ajuda durante a correria do Natal, não é? Estar na frente de um fogão de 5 bocas, com todas ocupadas preparando coisas diferentes, não é uma tarefa fácil, mas pode se tornar mais divertida com a participação dos filhos. Além de que crianças estão em constante desenvolvimento e, por isso, são curiosas e interessadas em tudo que é novo e diferente da rotina, então, levá-las para a cozinha e envolvê-las no preparo dos alimentos é uma boa forma de apresentar os alimentos de uma maneira diferente e fazer com que elas sintam que fizeram parte do preparo da comida, o que também desperta nelas a vontade de experimentar.
A nutricionista materno infantil Camila Oliveira reforça essa ideia. “Uma forma de incentivar a alimentação saudável é chamar a criança para ajudar na cozinha. Ela pode ajudar a preparar as refeições, de acordo com o que a sua faixa etária permite fazer. Por exemplo, uma criança menor pode ajudar a lavar as frutas enquanto uma maior já pode ajudar a cortar e cozinhar. Elas amam contribuir na cozinha e 99,9% das vezes em que estão de alguma forma envolvidas no preparo de algum alimento querem pelo menos provar”, diz ela.
É necessário dar exemplo
Não se pode esperar que os filhos adorem comer coisas para as quais os pais torcem o nariz. Para as crianças, se seus maiores exemplos não gostam de algo, aquilo deve ser realmente ruim. É o que explica Camila: “Crianças são os reflexos de seus pais, elas literalmente os imitam. Então, a melhor forma de incentivar uma criança a comer saudável é dar o exemplo e comer também. É papel dos pais decidir o que vão comer, quando comer e onde a comida será oferecida, mas não adianta impor regras se os pais não as seguem. Em outras palavras, não adianta comer hambúrguer e batata frita o tempo todo e esperar que seu filho seja fã de legumes de maneira intuitiva”, ressalta a nutricionista.